Câncer de Mama – Estresse, Autoexame e Diagnóstico Precoce

Jacqueline Stefano – Eu queria falar agora sobre o diagnóstico do câncer de mama. Antes de falar sobre a importância do autoexame de mama e exames clínicos, eu acho importante a gente falar sobre mulheres novas que desenvolvem o câncer de mama, com ou sem histórico familiar. O contato com o ginecologista quando a mulher descobre alguma alteração na mama, mesmo que ela seja jovem, é importante pro diagnóstico precoce, não é?

Dra. Danielle Miyamoto – É muito importante que a mulher faça consulta de rotina com o ginecologista. E é muito importante a mulher se auto conhecer e perceber que tem alguma coisa diferente no corpo.

A gente fala muito do autoexame mas isto não quer dizer que a mulher vai descobrir o câncer de mama. O autoexame é importante pro autoconhecimento da mulher. Os ginecologistas geralmente recomendam que a mulher faça o autoexame no período menstrual porque é quando as mamas ficam mais amolecidas e mais fáceis de apalpar. Com este hábito a mulher passa a conhecer o seu corpo e, caso ela note alguma diferença dentro de dois ou 3 meses, caso sinta uma fisgada ou uma dor que não costuma sentir, ela deve então procurar o ginecologista, mesmo que não esteja ainda acima dos 40 anos. A mulher precisa se conhecer para poder perceber que tem alguma coisa diferente.

Jacqueline Stefano – Hoje a gente já sabe que não existe apenas um tipo de câncer de mama. Vamos falar um pouco sobre isto?

Dra. Danielle Miyamoto – Na mastologia a gente fala que o câncer de mama tem nome e sobrenome. Ele pode ser um câncer de mama que responde a hormônio, pode ser do tipo que prolifera mais rápido, pode ter uma molécula para a qual já existem terapias alvo específicas.

O diagnóstico do câncer de mama é bem complexo e tem alguns detalhes que fazem com que todo tratamento seja individualizado, ou seja, o tratamento de uma paciente poderá ser diferente do tratamento de outra. Muitas mulheres chegam num consultório ou clínica de mastologia e questionam porque o tratamento proposto é diferente do tratamento de alguém que ela conhece.

Tratamentos diferentes não significam que um câncer é pior ou menos pior do que o outro e, tampouco, que o tratamento eleito para aquela paciente seja melhor ou pior do que o da conhecida dela. O mastologista vai avaliar criteriosamente cada paciente antes de definir o tratamento por conta dos fatores de diferenciação que a gente conversou.