No blog post de hoje vamos falar sobre sinais que podem indicar a suspeita de câncer de mama e exames de diagnóstico.
Bem vinda ao site Mastologista São Paulo. Meu nome é Dra. Danielle Miyamoto, mastologista, ginecologista e obstetra formada pela Unicamp, USP e Instituto Europeu de Oncologia. Atendo minhas pacientes de ginecologia, obstetrícia e mastologia na clínica AKTA Liv localizada na Vila Mariana, em SP, e também por telemedicina. Aqui falamos sobre temas diversos relacionados à saúde da mulher.
Este blog post é baseado na participação da Dra. Danielle Miyamoto (Mastologista São Paulo) no programa “Nosso Programa” da Rede RIT, onde ela falou sobre o câncer de mama. Para assistir a participação neste programa na íntegra, clique aqui!
Jacqueline Stefano – Vamos falar sobre diagnóstico de câncer de mama. Uma mulher que não tem histórico familiar de câncer de mama e não tem nenhuma queixa deve fazer exames a partir de que idade?
Dra. Danielle Miyamoto – A mamografia é o principal exame recomendado para rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama, ou seja, para mulheres que não sentem absolutamente nada. A idade recomendada vai variar de acordo com as sociedades. Por exemplo o INCA recomenda a partir dos 50 anos e a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a partir dos 40. Então pode ter alguma variação de acordo com o que cada protocolo diz. Então vamos considerar a referência dos 40 anos para se fazer a a mamografia anual, além do exame físico feito pelo mastologista ou pelo ginecologista.
Jacqueline Stefano – Após a mamografia, se for constatado algo, qual é o protocolo?
Dra. Danielle Miyamoto – Existe um sistema de classificação das lesões, sejam elas nódulos ou calcificações, que é o que se vê principalmente na mamografia. Então o médico vai avaliar o achado se tem características de benignidade ou não, se tem características suspeitas. Este sistema de classificação é chamado BI-RAD e a partir dele a gente define o protocolo. Pode ser que seja possível fazer um acompanhamento anual, ou se precisa ser acompanhado com mais frequência, se é preciso fazer uma biópsia.
Jacqueline Stefano – Então vamos imaginar que na mamografia há a impressão de que existe um tumor benigno. O que se faz neste caso?
Dra. Danielle Miyamoto – Quando a mamografia acusa um nódulo, muitas vezes o mastologista acaba pedindo o ultrassom das mamas pra complementar. Ele vai olhar um pouquinho melhor a característica do nódulo, os limites para confirmar aquele diagnóstico de benignidade. Mas considerando um achado provavelmente benigno, a gente vai acompanhar e, durante o período de acompanhamento, se o nódulo apresentar um crescimento ou mudança de característica, a gente pode pensar em fazer uma biópsia.
Jacqueline Stefano – Um tumor benigno pode se tornar um tumor maligno? Um nódulo benigno pode se tornar um nódulo maligno?
Dra. Danielle Miyamoto – Geralmente o mastologista acha um nódulo pela primeira no exame e ainda não sabe a natureza real dele. A certeza de que se trata de um câncer vem com a biópsia, onde se faz a análise patológica do tecido. Mas os mastologistas não pedem a biópsia em qualquer caso pois, apesar de parecer um exame tranquilo, ele ainda é invasivo, dói, pode deixar hematomas e ter complicações.
Existem características que deixam o mastologista mais seguro de que um nódulo é benigno. Entretanto pode ocorrer das características deste nódulo que parecia benigno a princípio mudarem durante a fase de acompanhamento. Nestes casos aquele nódulo já era um nódulo maligno que, a princípio, parecia benigno.
Jacqueline Stefano – Muitas mulheres que têm silicone têm dúvida quanto à eficácia dos exames de diagnóstico. O silicone atrapalha no diagnóstico do câncer de mama?
Dra. Danielle Miyamoto – As mulheres que têm silicone podem fazer o exame de mamografia na mesma faixa etária indicada. Não precisa começar antes. O fato de ter prótese de silicone não vai aumentar o seu risco para câncer de mama e nem vai atrapalhar na mamografia. Existem manobras que são feitas para conseguir isolar a glândula mamária na mamografia e o exame pode ser feito normalmente.
Jacqueline Stefano – Então a gente viu que primeiro é feita a mamografia e, se necessário o ultrassom. Quando seria o caso de fazer uma biópsia?
Dra. Danielle Miyamoto – Varia pelas características da lesão. Algumas características são mais suspeitas para o câncer de mama e, neste caso, o mastologista vai pedir a biópsia para confirmar.
Jacqueline Stefano – Sem dúvida a partir do momento em que o mastologista pede a biópsia até o resultado a mulher passa por momentos difíceis. Quais são as orientações pras pacientes neste espaço de tempo?
Dra. Danielle Miyamoto – Geralmente o mastologista conversa com a paciente, explica como o procedimento é feito. Geralmente a biópsia guiada pelo ultrassom é um pouco mais fácil do que a biópsia guiada pela mamografia. A biópsia é muitas vezes desconfortável mas eu costumo explicar tudo pra paciente antes, para que a experiência não seja uma surpresa. A biópsia é um exame relativamente tranquilo porque não precisa fazer internação, já que ele é feito no próprio laboratório e a paciente depois pode ir pra casa se recuperar.
E é importante que a mulher traga um acompanhante nas consultas pra que o mastologista possa compartilhar o que está sendo feito, explicar o que está acontecendo. E, se a paciente já consulta rotineiramente com um psicólogo, é bom que o profissional esteja ciente e possa dar o suporte necessário para a paciente que poderá estar mais fragilizada.
NOTA DO INCA: O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários.
Para assistir a participação neste programa na íntegra, clique abaixo!
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A Dra. Danielle Miyamoto atende no Centro Integrado AKTA Liv, convenientemente localizado na Vila Mariana (São Paulo). Ela é médica mastologista formada pela USP e ginecologista e obstetra formada pela UNICAMP, com título de especialista nas duas áreas (CRM: 156030, RQE Ginecologia e Obstetrícia: 69083, RQE Mastologia: 73739).
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