Transcrição parcial e adaptada da participação da Dra. Danielle Miyamoto no programa De Bem Com a Vida da Rede Gospel em 04/02/2020. Apresentadora Keila Lima. (Parte 2)
A transcrição da primeira parte deste vídeo sobre câncer de mama pode ser encontrada aqui!
Para assistir a entrevista na íntegra e saber mais sobre o câncer de mama, assista ao vídeo no final deste post!
Keila Lima – Doutora, algumas pessoas tem calcificações. Isto pode se transformar num câncer?
Dra. Danielle Miyamoto – A calcificação pode se transformar num câncer de mama dependendo do tipo da classificação, da característica, da quantidade, da distribuição, e do tamanho de cada calcificação. Na avaliação do tipo de microcalcificação na mamografia, elas podem ser suspeitas para câncer e aí só a biópsia é que vai confirmar se é ou não câncer ou, ainda, se a microcalcificação poderia se transformar num câncer.
Dra. Danielle Miyamoto – Na verdade é um tumor na mama e que a mulher provavelmente já conseguiria apalpar. A imagem na verdade mostra que o tumor drena pros linfonodos da axila (que a gente chama de ínguas). Na cirurgia para o câncer de mama, geralmente a gente aborda tanto a mama como a axila. É feita uma pesquisa se existem alguns linfonodos que estão comprometidos pela doença porque, antes do câncer de mama se espalhar para o resto do corpo, ele geralmente vai para esses linfonodos da axila. Nesta pesquisa nós buscamos ver qual seria a melhor forma de tratar este câncer, se há alguma opção de tratamento além da cirurgia, se precisaria de quimioterapia ou radioterapia, se teria mais alguma coisa a ser feita também por conta da presença desse linfonodo doente.
Keila Lima – Doutora porque é que em alguns casos de câncer de mama, a cirurgia não é aconselhável e o médico sugere que se faça algum tratamento antes?
Dra. Danielle Miyamoto – Existem alguns casos em que já existe a indicação de se iniciar o tratamento com a quimioterapia, a depender do tamanho do tumor, da agressividade do tumor e, se ele responde ou não a hormônios. A depender, nós preferimos fazer a quimioterapia antes porque ela pode diminuir o volume desse tumor possibilitando que uma eventual cirurgia seja menos agressiva.
Um tumor grande e que na primeira abordagem precisaria de uma mastectomia (retirada da mama), se reduzido na quimioterapia pode permitir que a mama seja preservada mesmo com a retirada do tumor com margem de segurança, o que é melhor pra mulher pela questão da autoestima.
Keila Lima – E se eu tenho tumor em uma mama, preciso retirar a outra mama como forma de prevenção?
Dra. Danielle Miyamoto – Não. Tem casos específicos que pedem isto. Como o grupo específico de mulheres que têm o câncer em virtude de uma mutação, portanto uma investigação genética vai determinar se elas têm um risco aumentado de ter outro câncer de mama (na mesma mama ou na outra). Nesta situação nós poderíamos considerar retirar a outra mama, mas não é a prática.
Keila Lima – Acho importante esclarecer porque isso veio muito à tona quando Angelina Jolie fez o procedimento. Mas ela tinha todo o histórico familiar gravíssimo e contava com exames muito modernos que detectavam uma possibilidade muito alta dela ter a doença no futuro.
Dra. Danielle Miyamoto – E ela não tinha câncer nenhum mas, fez a retirada das mamas por conta desse risco alto que ela tinha, pelo antecedente familiar de gerações e gerações que já vinham apresentando câncer de mama e ovário.
Keila Lima – Tem uma foto que a doutora separou e que eu quero tentar entende-la melhor. O que é isso doutora?
Dra. Danielle Miyamoto – Esta é a imagem de uma biópsia, onde utiliza-se uma agulha grossa, que a gente chama de core biopsy. Este é o nome em inglês para uma biópsia por agulha grossa, guiada pelo aparelho de ultrassom. Este é o exame que a gente utiliza para se fazer a análise do tumor, para saber se a paciente têm câncer ou não frente a um nódulo suspeito.
Keila Lima – Antigamente tinha que fazer corte pra fazer biópsia. Agora não precisa mais?
Dra. Danielle Miyamoto – Hoje em dia dá para fazer por este método, com uma agulha um pouquinho mais grossa, e feito de maneira ambulatorial, ou seja, a paciente vai no lugar do exame, faz ultrassom, encontra o nódulo. Com uma anestesia na pele, é introduzida essa agulha para fazer os exames e a paciente depois vai embora.
Keila Lima – Esta foto é a parte da frente daquela outra que a gente mostrou antes. Aquela parte amarela acima do bico do seio seria o tumor? E aqueles laterais cor de rosa não são nada? E as pessoas podem confundir as glândulas mamárias com um tumor?
Dra. Danielle Miyamoto – Não. Ali são só as glândulas da mama normais mesmo. E sim, as pessoas podem confundir as glândulas mamárias com tumor. Principalmente no período pré-menstrual a mulher esta com a mama mais ingurgitada, ou seja, mais inchada. Neste período às vezes dá a impressão de que tem algum nódulo e é motivo de muita consulta. Estas mulheres acham que encontraram alguma coisa diferente mas num exame a gente verifica que é só uma glândula de mama mesmo que está um pouquinho mais inchada por causa do ciclo menstrual.
Keila Lima – E esta foto?
Dra. Danielle Miyamoto – Essa foto aí é a imagem de uma mamografia em que uma mulher tem prótese de mama. Esta é uma das coisas que as mulheres têm muita dúvida e a mais frequente é – Mulheres com próteses de mama podem fazer mamografia?
Podem! Existem manobras feitas na mamografia, como a manobra de Eklund, em que se consegue
isolar a glândula da mama para analisar a glândula normalmente. Assim, quem tem prótese mama, pode fazer a mamografia normalmente.
Keila Lima – Mas a prótese pode esconder a doença na hora do autoexame ou dos exames clínicos?
Dra. Danielle Miyamoto – Não, porque a prótese de silicone fica atrás da glândula da mama ou, ainda mais atrás do músculo. Então o que fica à frente da prótese de silicone é a mama mesmo.
Keila Lima – Hoje com o indicie cada vez maior de mulheres jovens com câncer de mama, ou bem mais velhas também por conta da expectativa maior de vida, é recomendável que esses exames sejam feitos a partir dos 30 anos para aquelas pessoas que têm condição financeira?
Dra. Danielle Miyamoto – Não é necessário fazer estes exames a partir dos 30 anos. A partir dos 40 anos acho que já pode ser feito, porque realmente há um aumento de risco a partir desta idade. É importante a mulher ter a rotina de ser examinada pelo seu médico e de fazer sempre o autoexame da mama.
O autoexame é indicado para que a mulher tenha conhecimento do seu próprio corpo e que possa, então, procurar um médico caso encontre algo diferente.
Assista o vídeo da entrevista da Dra. Danielle Miyamoto na íntegra abaixo!
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