Conhecer sobre a endometriose é de extrema importância por isso hoje vamos falar sobre a normalização negativa de conviver todo mês com dores fortes e do perigo de não descobrir as causas desta, que é uma doença que afeta uma parcela grande de mulheres.
Você já ouviu falar em endometriose?
Muitas mulheres acreditam que conviver com fortes dores todo os meses, muitas vezes sem conseguir levantar da cama ou executar funções básicas da rotina é algo normal. Mas será mesmo que essa é uma verdade? Se você passa por isso, saiba que a resposta é não. Não é normal que uma mulher sinta dores fortíssimas em nenhum período do ciclo menstrual e isso pode ser um sintoma da endometriose.
É estimado que atualmente 15 % das mulheres brasileiras são afetadas pela endometriose, quase que exclusivamente na idade reprodutiva. Segundo um artigo publicado pelo Ministério da Saúde, mulheres pós menopausa representam somente 2% a 4% desse número, em razão da queda da produção de hormônios femininos. Em mulheres inférteis, estes valores podem chegar a índices altos (30% – 60%).
A falta de informação sobre essa doença pode levar ao diagnóstico tardio e prejudicar o tratamento da doença e a qualidade de vida das mulheres que sofrem com endometriose. Por isso, hoje vamos falar sobre a endometriose, quais são os sintomas, como é feito o diagnóstico e como tratar esta doença.
O que é endometriose?
Endometriose é uma doença ginecológica que é definida pelo desenvolvimento e crescimento de estroma e glândulas endometriais, fora da cavidade uterina. Isso resulta em uma reação inflamatória crônica.
Basicamente, o endométrio é uma mucosa que reveste toda a parede interna do útero e é onde o óvulo, quando fecundado, se implanta. Quando não há um óvulo fecundado, parte dessa mucosa é eliminada junto com a menstruação, e o que restou, volta ao processo de se desenvolver e dar continuidade ao ciclo menstrual.
A endometriose é justamente uma modificação nesse processo de eliminação do endométrio, e que ao invés de serem expelidas, elas migram para outros lugares do organismo da mulher, como nos ovários, na cavidade abdominal, nas tubas uterinas, apêndice, cólon sigmoide e alguns outros locais. Essa modificação é provocada pelas células do endométrio e resulta em um processo inflamatório em que causa dores fortíssimas nas pacientes que sofrem com essa doença.
Existe ainda a endometriose profunda, porém, não foi muito estudada ainda. Algumas das hipóteses da causa dessa forma mais grave da doença é uma deficiência no sistema imunológico, ou que parte do sangue convirja através das tubas uterinas durante a menstruação e se distribua em outros órgãos, ou ainda que seja por uma questão genética.
Alguns sintomas causados pela endometriose
– Cólicas menstruais muito fortes e que impedem as funções habituais como praticar exercícios físicos, caminhar ou levantar da cama.
– Sangramento intestinal e urinários e dores para evacuar no período menstrual.
– Infertilidade: como vimos, o número de mulher com infertilidade que são diagnosticadas com endometriose é de 60%.
– Dispareunia: muitas mulheres reclamam de dores durante a relação sexual e isso não deve ser encarado como algo normal.
A endometriose pode ser assintomática por um período da doença, mas se você sente algum desses sintomas, vá ao ginecologista e o informe.
Como a endometriose é diagnosticada?
Segundo o consenso da European Society of Human Reproduction and Embryology (ESHRE) e da American Society for Reproductive Medicine (ASRM), que são órgãos responsáveis por estudos da endometriose, o diagnóstico dessa doença é feito por um exame chamado laparoscopia. Este exame endoscópico inspeciona toda a cavidade abdominal e visualiza essas inflamações causadas pela migração do endométrio.
Outros métodos de diagnosticar a endometriose é através dos seguintes exames: ultrassom endovaginal, ressonância magnética e um exame de sangue chamado marcador tumoral CA-125. Esses exames se alternam conforme a necessidade ou avanço da doença.
Todos esses exames poderão ser pedidos quando forem apresentados os sintomas ao ginecologista, e serão mandados para biópsia, para então fechar um diagnóstico da endometriose.
Quais são os tratamentos da endometriose?
A boa notícia é que existem alguns tratamentos para a endometriose. A escolha de qual tratamento optar, vai depender da gravidade da doença e das especificidades de cada paciente. A endometriose pode ser tratada através de medicamentos, cirurgia ou ainda uma combinação de ambos os tratamentos.
Os tratamentos tem sido avaliados com uma melhora significativa dos sintomas de dor e até das taxas de fertilidade feminina. O uso de medicações hormonais tem o foco de criar um ambiente inadequado para o crescimento e a manutenção desses estromas e glândulas endometriais. Algumas mulheres fazem o uso de pílulas anticoncepcionais tomadas sem intervalos, porém é preciso conversar com seu ginecologista para avaliar os efeitos colaterais de cada tratamento.
Em alguns casos, a endometriose pode causar lesões mais graves no organismo da mulher, o que deve ser retirado através de cirurgia.
Fique em alerta aos sintomas e compartilhe informações
Se você achava que era normal sentir dores fortes na menstruação todos meses, agora você já sabe que o ideal é procurar um ginecologista, relatar quais são os sintomas e pedir para seu médico investigar os sinais de endometriose.
O mês de março foi escolhido para conscientizar a população dos riscos dessa doença e de como esses sintomas não devem ser ignorados. Alerte as mulheres que você conhece sobre os sintomas da endometriose, encoraje-as a marcarem uma consultado com um médico ginecologista. Deixe claro que não é normal conviver com dores no ciclo menstrual.
Leitura complementar:
Se você sofre com dores fortes durante o ciclo é importante descobrir se você tem endometriose ou alguma outra condição que requeira cuidados médicos.
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Dra. Danielle Miyamoto é médica mastologista, ginecologista e obstetra. Oferece atendimento médico humanizado, completo e especializado na área da saúde da mulher no Centro Integrado AKTA Liv.
Formada pela Unicamp e pela Faculdade de Medicina da USP com cursos de especialização na Itália e França.
Eleita uma mas melhores mastologistas de São Paulo pelo Portal Doctoralia, além de ter excelente média de avaliação por parte de suas pacientes.
Agende uma consulta com Dra. Danielle Miyamoto – (CRM: 156030, RQE Ginecologia e Obstetrícia: 69083, RQE Mastologia: 73739). Médica mastologista formada pela USP e ginecologista e obstetra formada pela UNICAMP, com título de especialista nas duas áreas. A Dra. Danielle Miyamoto atende na clínica Akta Liv, localizada na Chácara Klabin, Vila Mariana.